Quase todos os soldados norte-americanos no vietnã carregavam um isqueiro ZIPPO. As mensagens gravadas naqueles pedacinhos de metal contam milhares de histórias sobre amor, ódio, sexo, código de honra e muito mais.
Em 1965, o jornalista Morley Safer e sua equipe de TV acompanharam uma divisão de marines norte-americanos em uma missão de busca e destruição em Cam Ne, no Vietnã. Quando os soldados chegaram ao vilarejo, ordenaram que os civis evacuassem suas casas e atearam fogo aos telhados de sapê com seus isqueiros ZIPPO. Documentada, a cena logo foi ao ar nos Estados Unidos epla rede CBS, ajudando a pintar um retrato devastador da guerra. Pela primeira vez, desde a Segunda Guerra Mundial, os rapazes em uniformes camuflados tinham sido retratados como assassinos, em vez de libertadores. O presidente Lyndon Johnson reagiu furiosamente à reportagem, acusando Safer de ter “cagado na bandeira americana”. O episódio está relatado no livro Vietnam Zippos, de Sherry Buchanan e Bradford Edwards. “A nossa percepção da guerra - e do Zippo - jamais seria a mesma”, diz Buchanan.
Mas o Zippo foi muito mais do que um instrumento de morte e destruição. Para os soldados americanos que portavam um exemplar, eles também foram uma forma vital de protesto social, um veículo de manifestação contracultural e, em alguns casos, de contestação da guerra.